Secretaria de Estado de Saúde ressalta importância de vacinação contra poliomielite
Estado do Rio não registra casos de paralisia infantil desde 1987. Mas cobertura vacinal está abaixo da meta de 95% desde 2016
Às vésperas do Dia Mundial de Combate à Poliomielite, que acontece em 24 de outubro, os índices baixos de cobertura vacinal nos últimos anos podem colocar em xeque uma realidade que vem desde 1987, quando foi registrado o último caso da doença no estado do Rio. Pelo fato de a meta de 95% de imunização prevista pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) não estar sendo atingida desde 2016, uma geração com quase 40 anos de idade, que não presenciou os efeitos da paralisia infantil, corre risco de ser surpreendida pelo aparecimento de possíveis casos. Por isso, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) ressalta a importância de a população aproveitar a Campanha Nacional de Multivacinação, até o dia 31 deste mês, para vacinar as crianças que não receberam o imunizante contra a doença.
A Campanha de Multivacinação em curso oferece todas as vacinas previstas no calendário nacional. Um dos principais pontos da campanha é o resgate de crianças e adolescentes com doses atrasadas. No caso da pólio, o objetivo é contemplar esquemas vacinais de menores de 5 anos de idade com doses de Vacina Injetável contra a Poliomielite (VIP), que em 2024, substituiu a Vacina Oral da contra a Poliomielite (VOP), a famosa gotinha. A vacina deve ser administrada em um total de quatro doses: aos 2, 4 e 6 meses e uma dose de reforço aos 15 meses.
“É importante estar vacinado e vigilante para evitar que a doença volte, pelo fato de ainda existir a circulação do vírus em outros países. Uma pessoa pode ter contato com o vírus em uma viagem ao exterior e por não estar vacinada, abre brecha para se infectar e contrair a doença, além de servir como fonte de infecção para novos casos aqui no Brasil. A vacinação é a única forma de prevenção contra poliomielite”, alerta Cristina Giordano, coordenadora de Vigilância Epidemiológica da SES-RJ.
Cobertura vacinal
Este ano, a cobertura vacinal da pólio nos menores de 1 ano de idade está em 71,86% e o reforço para quem tem um ano chegou a 70,09% em todo o estado, até 1º de agosto. Mas a queda vem sendo registrada há nove anos. Até 2015, no entanto, os indicadores para crianças de 1 ano superaram a meta de 95% (em 2014 ficou em 100,89% e no ano seguinte em 107,03%). Em 2016, começou a baixar: 89,93%; 2017: 88,76%; 2018: 87,48%; 2019: 73,62%; 2020: 56,84%; 2022: 58,89%. E a partir de 2023, apresentou elevação para 78,31% e em 2024 para 81,77%. Mas ainda abaixo da meta.
A dose de reforço para crianças de 15 meses repete o movimento de baixa cobertura, ficando em 64,52% em 2016; 77,20% em 2017; 67,55% em 2018; 60,18% em 2019; 47,55% em 2020; 45,86% em 2021; 49,23% em 2022; 63,52% em 2023; e 79,47% em 2024.
Principais sequelas
Problemas e dores nas articulações; dificuldade de locomoção; crescimento diferente das pernas, o que provoca escoliose; osteoporose; paralisia de uma das pernas; paralisia dos músculos da fala e da deglutição, dificuldade de falar; atrofia muscular; hipersensibilidade ao toque.
Tratamento
Por meio de fisioterapia e de exercícios que ajudam a desenvolver a força dos músculos afetados, além de ajudar na postura, melhorando a qualidade de vida. Pode ser indicado o uso de medicamentos para aliviar as dores musculares e das articulações.
Sintomas mais frequentes
Febre, mal-estar, dor de cabeça, dor de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, prisão de ventre, espasmos, rigidez na nuca, meningite.
Fonte: SES-RJ
