Memórias do Hospital Estadual Eduardo Rabello: 52 anos de histórias e cuidado que envelhecem juntos
Referência em geriatria no Rio de Janeiro, unidade celebra mais de cinco décadas marcadas por vínculos afetivos, profissionais históricos e novas conquistas para o cuidado ao idoso
Ao completar 52 anos nesta segunda-feira, 17 de novembro, o Hospital Estadual Eduardo Rabello (HEER), em Senador Vasconcelos, situado na Zona Oeste do Rio de Janeiro, celebra não apenas sua trajetória como referência em geriatria no Rio de Janeiro, mas também as memórias vivas de quem cresceu, amadureceu e envelheceu dentro dele. São histórias de profissionais que viram o hospital nascer e que, ainda hoje, ajudam a construir diariamente o envelhecimento saudável de centenas de idosos atendidos pela unidade.
Sob gestão da Fundação Saúde, o Hospital Estadual Eduardo Rabello leva o nome do professor e médico dermatologista Eduardo Rabello, um dos pioneiros da dermatologia no Brasil. Um símbolo de dedicação à saúde, que ecoa até hoje nos corredores da unidade.
Histórias que atravessam gerações
O Hospital Eduardo Rabello carrega em sua estrutura as memórias de quem fez parte da sua construção. Em 1973, quando Neuma Antunes da Silva tinha apenas 23 anos, seus avós Feliciana Lima Rosa e Gregório Rodrigues Rosa doaram parte do terreno de sua fazenda para o Governo do Estado. Aquela área, antes um pântano, tornou-se o espaço onde Neuma construiria sua própria vida profissional. Foram 52 anos trabalhando como auxiliar de enfermagem.
“Eu cresci aqui nesta região, quando este lugar era um pântano, a gente pegava rãs. A área era conhecida como Caminho do Veloso. Meus avós doaram a parte do terreno para a construção do hospital, pois meu primo queria que tivesse um hospital ali na beira da estrada. Minha avó concordou e disse para ele escolher um bom pedaço que servisse. A construção ocorreu por volta de 1973, inclusive minha avó chegou a ver o hospital ser inaugurado”, conta ela.
Hoje, aos 75 anos e recém-aposentada, Neuma fala com a mesma emoção de quem assistiu, desde o início, às transformações do Rabello. “Eu comecei a trabalhar aqui com 23 anos e sinto um orgulho imenso. É uma sensação de pertencimento, de ter visto todas as mudanças desse hospital”, diz, emocionada.
Uma das servidoras mais antigas da SES-RJ, Sônia da Silva Rodrigues, 73 anos, está no Rabello há 11 anos. A auxiliar de enfermagem relembra que a adaptação ao novo ritmo (o HEER opera por regulação e não é uma unidade de emergência) foi desafiadora no início. Mas esse estranhamento logo deu lugar ao carinho.
“No início, foi difícil me acostumar com o ritmo de trabalho, mas, hoje, adoro o ‘meu hospital’. Vejo com amor esse cuidado especializado no idoso, e sei que eu mesma, por não ter plano de saúde, um dia precisarei vir como paciente. Tenho certeza que serei bem-recebida”, relembra a “dona do hospital”, como é carinhosamente chamada pelos colegas.
Outra servidora que chegou à última década foi Vilma da Cruz Cardoso, 72 anos, proveniente do Hospital Albert Schweitzer, após sua municipalização. A assistente social, que atua como agente administrativo, acompanha de perto os desafios da humanização em tempos de avanços tecnológicos.
“É gratificante ter contato com os idosos, especialmente porque acredito que é preciso amar a profissão. Aqui, muitos colegas envelhecem junto com o hospital. Percebo uma diferença em relação ao passado. Era uma época em que a humanização era mais evidente nas atitudes. Hoje, a tecnologia avança, mas é importante não perder o vínculo com as pessoas, o olho no olho. Como assistente social, eu sempre conversei com os pacientes, que precisam se sentir seguros, vendo que o profissional dá a devida atenção”, conta ela.
Mais de dois mil atendimentos por mês na unidade
De acordo com o diretor-geral do Hospital Estadual Eduardo Rabello, Helmer Cardoso, mais de 40 funcionários têm mais de 50 anos de casa – um feito raro e recentemente homenageado na unidade. Além disso, segundo ele, atualmente, são realizados cerca de 2.700 atendimentos ambulatoriais por mês, um marco no cuidado especializado à pessoa idosa. Ele também relembrou que foram feitas, ao longo dos últimos anos, melhorias no hospital, como a reforma das enfermarias e a reinauguração do CTI.
Com Assessoria de Imprensa da SES-RJ
