Terapia Hormonal oferecida por unidade da rede estadual ajuda mulheres a chegarem à menopausa com qualidade de vida
Acompanhamento especializado garante melhora da síndrome climatérica e pode ser iniciado antes do fim da menstruação
A menopausa é um período fisiológico que acontece logo após o fim do período reprodutivo da mulher. Neste período, a mulher para de produzir o estrogênio, um dos principais hormônios femininos, e entra em um quadro de hipoestrogenismo. Nesta fase, é comum perceber mudanças corporais como o aumento repentino da temperatura, conhecidos como fogachos ou calores que vêm acompanhados de suores noturnos, palpitações, cansaço excessivo e insônia. O Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE), unidade do Governo do Estado, oferece terapia hormonal para solucionar o mal-estar que pode acompanhar esta fase da vida.
O ambulatório de Endocrinologia Feminina do Instituto recebe pacientes reguladas e encaminhadas internamente pela unidade para diferentes tratamentos. De janeiro a julho de 2024, 768 mulheres foram atendidas e, no mesmo período de 2025, foram 805 pacientes.
Para iniciar o acompanhamento, além de apresentar os sintomas da síndrome climatérica, as mulheres devem estar dentro de um período de até dez anos depois da última menstruação; ter menos de 60 anos e devem ser reguladas para tratar doenças do ovário. Em seguida, os médicos do instituto solicitam exames de imagem, de sangue e vão investigar o histórico familiar de saúde da paciente para eliminar riscos e contra indicações que possam impedir a reposição hormonal.
Se a mulher estiver apta e quiser iniciar o processo, serão prescritos os hormônios nas dosagens específicas para o caso dela e ela poderá retirar todos gratuitamente na farmácia da unidade. No entanto, a maioria das mulheres começam a sentir os sintomas até sete anos antes da menstruação acabar e não sabem que estão ligados ao início da menopausa.
“A perimenopausa é o período de transição para a menopausa e começa a partir dos 40 anos, mas pode começar antes. Nesta fase acontecem várias mudanças no corpo da mulher, mas como ela ainda está menstruando não associa os sintomas ao que chamamos de síndrome climatérica”, afirmou a médica especializada em endocrinologia feminina, do IEDE, Amanda Laudier.
A síndrome climatérica é o conjunto de sintomas que aparecem durante a perimenopausa. Geralmente, além dos fogachos – sensação súbita de calor intenso no corpo – e calafrios, as mulheres também sentem dores musculares e nos ossos. Pode haver aumento de peso e de gordura na região abdominal, perda de massa muscular, esquecimento frequente, mudança de humor repentina, aumento da glicose e do colesterol.
“No momento em que a mulher descobre um desses sintomas, os seus hormônios já estão se encaminhando para a menopausa. Este é um momento ideal para procurar um especialista para fazer a hormonioterapia porque aproveitamos uma janela de oportunidade e a transição para a menopausa acontecerá sem que ela esteja em sofrimento”, explicou a endocrinologista.
Segundo a médica endocrinologista e diretora do IEDE, Karen de Marca, a terapia com que apresenta maior eficácia contra fogachos e os diversos sintomas é a reposição do estrogênio: “Toda mulher que não tem contraindicação como histórico de câncer, doença ativa de fígado, problemas cardíacos e outros fatores, pode fazer a reposição hormonal”.
Aos 51 anos, Rosangela da Silva conta que começou a sentir os primeiros sintomas da síndrome climatérica antes mesmo de completar 40 anos. Segundo a paciente, a terapia iniciada em maio deste ano eliminou todo o mal estar que ela sentia.
“Eu tive vários sintomas, o calor excessivo, muitas dores nos ossos, nas pernas, aumento de peso e mudança de humor. Com a reposição, os sintomas desapareceram. Estou muito mais feliz”, concluiu.
Fonte: SES-RJ