No combate ao câncer, a medicina tem avançado a passos largos, oferecendo alternativas cada vez mais eficientes e menos invasivas. Entre essas inovações estão as técnicas de crioablação e radioablação, métodos que permitem o tratamento de tumores sem a necessidade de cirurgias convencionais. Essas abordagens são destaque na Radiologia Intervencionista, especialidade que tem ganhado importância no tratamento oncológico.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) é uma das principais referências na realização desses procedimentos. Órgão auxiliar do Ministério da Saúde, o INCA oferece um serviço de Radiologia Intervencionista de ponta. Liderado pelo radiologista José Hugo Mendes Luz, o departamento tem ampliado o acesso aos tratamentos menos invasivos, que unem eficácia e redução de efeitos colaterais.
“A crioablação e termoablação são técnicas de tratamento por ablação. Esses procedimentos são minimamente invasivos, realizados de forma percutânea e guiados por imagem. Nesses procedimentos, utilizamos baixas temperaturas, no caso da crioablação, e altas temperaturas, no caso da termoablação”, explica o médico José Hugo Luz.
Os médicos introduzem uma agulha através da pele do paciente até o interior do tumor, após confirmar a localização precisa da agulha, sempre orientado por um método de imagem, (geralmente a tomografia ou ultrassonografia), ela é conectada a um gerador que pode produzir calor, no caso da termoablação, ou frio, no caso da crioablação.
O principal benefício das técnicas ablativas é o fato de ser possível alcançar resultados sem que seja necessário submeter o paciente a um procedimento invasivo, já que não há cortes ou pontos. “Em tumores de até três centímetros, podemos obter resultados equivalentes aos das cirurgias convencionais. Outra diferença marcante é com relação ao pós-operatório, pois o tempo de internação é significativamente menor. Os pacientes submetidos a técnicas ablativas geralmente recebem alta no mesmo dia ou no dia seguinte e podem retomar suas atividades normais em apenas três dias”, acrescenta José Hugo.
Desde 2009, o INCA realiza procedimentos de crioablação e termoablação, sendo pioneiro na adoção dessas técnicas dentro do SUS (Sistema Único de Saúde). Chefe do setor, José Hugo Mendes Luz destaca que, em relação a resultados clínicos, estudos já comprovaram que as técnicas de ablação e as cirurgias convencionais são equivalentes em eficácia. No entanto, os procedimentos ablativos trazem como vantagens o menor tempo de internação, taxas de mortalidade praticamente nulas e menos complicações.
**Foto: Instituto Nacional do Câncer