Huap-UFF vai realizar ação para o Dia da Tireóide com pacientes do ambulatório

No último dia 25/05 (domingo), comemorou-se o Dia Mundial da Tireoide. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 750 milhões de pessoas no mundo vivem com algum distúrbio na tireoide, e mais da metade não sabe disso. O Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vai realizar, no próximo dia 02/06, uma ação em alusão à data.

No evento, realizado junto aos pacientes da sala de espera do ambulatório da instituição, serão divulgados modelos de tireoide impressos em 3D com o objetivo de mostrar como é um nódulo de tireoide e como é uma glândula aumentada com alterações do seu tecido. Também serão distribuídos panfletos com informações sobre os sinais e sintomas das doenças da tireoide. A intenção é fazer com que os pacientes entendam e saibam identificar melhor as doenças de tireoide, que podem passar desapercebidas por muito tempo, causando muitos problemas para o paciente e para a família.

“A tireoide é uma glândula endócrina que se localiza na região cervical anterior. Ela fica localizada acima da fúrcula esternal que é esse ângulo que nós temos acima do esterno. Bem no pescoço, no que a gente chama vulgarmente de ‘gogó’”, explica o médico Rubens Filho, chefe do Serviço de Endocrinologia do Huap-UFF). Ele esclarece que a tireoide é uma glândula endócrina muito importante porque produz hormônios: a triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4). O T3 é o hormônio que age nas células do organismo. Essa glândula tem aproximadamente 10 a 20 gramas em um adulto normal, e apresenta o formato de borboleta.

Doenças da tireoide

As principais doenças da tireoide são o hipertireoidismo e o hipotireoidismo, sendo que o hipotireoidismo é quando a tireoide passa a funcionar pouco ou para de funcionar, e o hipertireoidismo, ao contrário, é quando a tireoide passa a funcionar muito. Além disso, tem-se a chamada doença nodular da tireoide e o câncer da tireoide, que se manifestam na forma de um nódulo na tireoide.

No caso de hipotireoidismo, os principais sintomas são cansaço, sonolência, desânimo sendo que esses sintomas têm que ser diferenciados de outros que são alterações psíquicas. Ele se manifesta, por uma diminuição das funções do organismo de uma forma bem acentuada. Já o hipertireoidismo pode causar uma aceleração do metabolismo, e com isso o paciente apresenta palpitação, cansaço, emagrecimento, tremores, aceleração do ritmo intestinal ou, às vezes, diarreia e intolerância ao calor.

“A pessoa sente um calor extremo, sudorese, às vezes uma sudorese intensa, nervosismo, irritabilidade, insônia e em alguns casos pode vir acompanhado de uma exaltação do olhar. É um olhar mais vivo, mais exaltado, com retração da pálpebra superior e, muitas vezes, ocorre também a exoftalmia, fazendo com que a pessoa fique com o olho bem protuso, para fora”, explica o médico.

O câncer de tireoide é o câncer endócrino mais comum, segundo o endocrinologista. A maioria dos cânceres de tireoide são bem diferenciados e o tratamento de escolha é o tratamento cirúrgico, após o diagnóstico. O nódulo de tireoide é muito comum. Cerca de 40% da população tem nódulo de tireoide, sendo, em sua maioria, nódulos benignos. “Nós sempre devemos acompanhar esses pacientes e tentar fazer a diferenciação, devido ao risco desses nódulos serem malignos”, explica o médico.

De acordo com Rubens, para diferenciar esses nódulos é feita uma avaliação física com a palpação, identificando essas lesões, e uma ultrassonografia da tireoide. Ele ressalta ainda a importância da história familiar dos pacientes e da informação sobre qualquer procedimento anterior de exposição à radiação na região do pescoço cervical. Além disso, ele ressalta que pacientes que tiveram câncer de laringe ou câncer de boca devem ser acompanhados por causa do risco de desenvolverem câncer na tireoide, principalmente se têm alguma outra neoplasia, algum outro tumor endócrino que pode estar associado ao câncer de tireoide.

Segundo Rubens, não existe a possibilidade de prevenir o aparecimento do câncer de tireoide, mas pode-se acompanhar pacientes que têm nódulos suspeitos para intervir de imediato quando se faz o diagnóstico. Ele ressalta que, nesses casos, o tratamento é cirúrgico podendo-se usar o iodo radioativo.

Atendimento no Huap

O Huap possui ambulatório de endocrinologia, sendo um ambulatório específico para pacientes que têm nódulos de tireoide ou que tiveram câncer de tireoide, que ficam em acompanhamento permanente. No hospital é feito o diagnóstico e indicada a cirurgia, que também é feita lá. Em alguns casos pode-se fazer tratamento com iodo radioativo.

*Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh